No dia 30 de abril de 1912, um grupo de estudantes se reunia em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, para fundar um dos mais tradicionais clubes do país: o América Foot-Ball Club.
Os garotos, que tinham entre 11 e 13 anos, estudavam no colégio “Gymnasium Anglo-Mineiro”. As aulas eram dadas em inglês e a maior parte dos professores era dos Estados Unidos.
Vendo a expansão do futebol no Brasil, decidiram criar uma equipe. Naquele dia, os jovens escolheram o nome, as cores e a primeira diretoria da agremiação mineira.
Reza a lenda que o nome “América” foi escolhido na base do sorteio, já que outras opções haviam sido sugeridas como Guarani, Timbiras, Riachuelo e Alerquim. Porém, pelo histórico dos estudantes, muitos dizem que foi consenso.
O futebol começou a ser disputado mesmo em 1913, justamente quando o América-MG realizou a primeira partida contra o Atlético-MG e deu início ao famoso “Clássico das Multidões”.
Entre 1916 e 1925, o América-MG se firmou como o maior clube do estado ao conquistar o Campeonato Mineiro por dez vezes seguidas, um recorde nunca superado. Segundo o “Guinnes Book”, o time foi o primeiro do mundo a registrar a façanha.
Naquele período, o alviverde não perdeu nenhuma partida para o rival Atlético-MG e somou apenas um derrota para o Palestra Itália (atual Cruzeiro), por WO, já que era campeão antecipado.
Na década de 1930, o América-MG recebeu a Taça Líder, dada pelo jornal “A Folha de Minas” ao clube com a maior torcida de Minas Gerais. Satyro Taboada era o principal artilheiro.
Em 1934, a imposição do profissionalismo no futebol brasileiro gerou uma crise no América-MG, que teve uma debandada na diretoria, atualizou o estatuto e adotou a cor vermelha.
Aqueles anos foram tão complicados que o clube chegou até a deixar de disputar alguns campeonatos. Com uma enorme mobilização na cidade, em 1943, a equipe se reergueu. O profissionalismo foi abraçado e o alviverde voltou.
Em 1945, nasce o Coelho. O mascote foi idealizado por Fernando Pierucetti, o Mangabeira, cartunista do jornal “A Folha de Minas”. O objetivo era retratar a delicadeza e a aristocracia americana.
Casa do América-MG desde 1929, o estádio da Alameda foi ampliado em 1948 e se tornou o maior do estado. Com ele, voltou o título mineiro e a Taça dos Campeões (contra Vasco da Gama, São Paulo e Atlético-MG). A confiança foi restaurada.
O estádio Independência, tradicional casa do Coelho, foi construído pela prefeitura de Belo Horizonte para receber três partidas da Copa do Mundo de 1950.
O estádio passou a ser administrado pelo Sete de Setembro. O clube, no entanto, enfrentou sérias dificuldades financeiras ao longo das décadas seguintes.
Em 1989, o América-MG fez um contrato de comodato de 30 anos, prorrogado por mais 50 anos. O sete de Setembro, porém, foi incorporado ao Coelho em 1997 e, com ele, o Independência. O estádio foi reinaugurado como arena em 2012 após uma parceria com o governo mineiro e um grupo empresarial.
Na década de 1960, a equipe teve craques como Dirceu Alves, Amaury Horta e Dario Alegria. No entanto, em 1964, despontou das categorias de base o maior ídolo americano: Jair Bala.
Ele foi artilheiro do Campeonato Mineiro daquele ano, marcando 26 gols e sendo considerado o melhor jogador mineiro no ano. E o grande título do craque pelo Coelho veio em 1971.
Naquele ano, o América-MG foi campeão mineiro de forma invicta. Foi a retomada do caminho das vitórias desde a inauguração do estádio do Mineirão, em 1965, que decretou a hegemonia de Atlético-MG e Cruzeiro no estado.
Em 1970, a diretoria resolveu incluir a cor preta no uniforme e lançou a tradicional camisa de listras verticais pretas e verdes, sendo eleita a mais bonita do Brasil em 1973.
O América-MG, a partir de então, intercalou momentos de conquistas com temporadas de rebaixamentos. Na década de 1990, o clube voltou a investir nas categorias de base e foi aos poucos recuperando a tradição em revelar talentos.
O alviverde ainda teve Euller, Palhinha e Fábio Jr. Entre os principais ídolos na história ainda estão Satyro, Gunga, Petrônio, Zuca, Boiadeiro, Juca Show, Paulo Omar, Jair Bala, Éder, Toninho Cerezo, Jardel, Neneca, Tupãzinho e Fred.
Já entre os treinadores, Yustrich, Orlando Fantoni, Givanildo de Oliveira e Carlos Alberto Silva são os destaques. Um dos maiores orgulhos do Coelho é a Arena Independência, construída entre 2010 e 2012.
O clube foi campeão brasileiro da Série B (1997), da Série C (2009), da Copa Sul-Minas (2000). No campeonato mineiro, são 16 títulos (1916, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 48, 57, 71, 93, 2001 e 2016).
Fonte: Acervo do Coelho
Imagens: Acervo do Coelho, ESPN, Wikipedia