Nair José da Silva

No dia 20 de maio de 1937, nascia na cidade de Itaperuna, no Rio de Janeiro, um dos mais cobiçados armadores do futebol brasileiro nos anos 1960: o meio-campo Nair.

O jogador iniciou carreira no Madureira e começou a atuar entre os profissionais em 1956. Com boas atuações, chamou atenção de grandes clubes, inclusive de outros estados.

O Botafogo (SP) foi mais rápido e, em 1963, levou o meia para Ribeirão Preto. No entanto, não conseguiu segurar o craque por muito tempo, sendo contratado pela Portuguesa.

Nair formou uma “meia-cancha” de respeito ao lado de Nilson e Silvio. Comandados pelo técnico Aymoré Moreira, chegaram a decidir o título do Campeonato Paulista em 1964.

A Lusa tinha Ivair, o “Príncipe”, e era uma das poucas equipes que conseguiam frente ao Santos do “Rei” Pelé. O time, porém, perdeu a taça em uma derrota por 3 a 2 na Vila Belmiro.

Aquela foi a primeira polêmica envolvendo os dois times e o árbitro Armando Marques. Os lusos se queixaram muito de um pênalti não marcado em Ivair e que mudaria o placar.

Nair era um meia clássico, com uma excelente visão de jogo e um passe preciso. Endireitava qualquer toque torto, orientava os companheiros em campo e deixava qualquer um na cara do gol.

O armador era um dos destaques daquela equipe, sendo sempre lembrado nas convocações da seleção brasileira em 1965 ao lado do goleiro Felix e do ponta-esquerda Ivair.

Não a toa, passou a ser desejado pela diretoria do Corinthians. Em 1966, após perder a reeleição, o presidente luso Bizarro da Nave negociou Nair e o zagueiro Ditão com o alvinegro.

A venda foi uma forma de recuperar o dinheiro que havia investido no clube. O meia encontrou um Parque São Jorge em crise, perseguido pelo jejum de títulos desde 1954.

Nair chegou a um Corinthians que revelava Roberto Rivellino e trazia Mané Garrincha para tentar abocanhar uma taça. Intercalou bons e maus momentos, mas sem tanto brilho.

Em 1969, foi vendido para o Atlético-PR e integrou uma equipe de veteranos ao lado dos campeões mundiais Djalma Santos e Belini. Encerrou a carreira dois anos depois no mesmo Furacão.

Imagens: Orgulho de Ser Lusa, Madureira EC, Tardes de Pacaembu