Washington, o “Coração Valente”

No dia 1º de abril de 1975, nascia em Brasília um craque que se tornou vitorioso não apenas dentro dos gramados, mas também foram deles: o goleador Washington, o “Coração Valente”.

Washington Stecanela Cerqueira deu os primeiros passos no mundo da bola no Brasília e, aos 16 anos, mudou-se para o Rio Grande do Sul. Integrou o juvenil do Caxias, onde foi campeão e subiu aos profissionais.

Em 1996, após uma contusão no tornozelo, veio o primeiro problema de saúde. Washington descobriu ter diabetes e passou a ter acompanhamento médico para continuar jogando.

Aos 22 anos, foi emprestado ao Internacional e fez parte do elenco campeão gaúcho em 1997. Ele ainda teve uma breve passagem pelo Grêmio, mas foi prejudicado por lesões.

A sorte começaria a mudar em 1999, quando ele vestiu a camisa do Paraná. Tornou-se o artilheiro do clube, que conquistou o vice-campeonato estadual, apesar de um mal Brasileirão.

O bom desemprenho despertou a atenção dos dirigentes da Ponte Preta, que o contrataram em 2000. No mesmo ano, marcou nada menos que 16 gols na Copa João Havelange.

Em 2001, foi para as redes 14 vezes no Campeonato Paulista e 12 vezes na Copa do Brasil. A fama de matador era tão grande que ele chegou a ganhar espaço na seleção brasileira.

Sob o comando do técnico Émerson Leão, disputou as eliminatórias da Copa do Mundo de 2002 e da Copa das Confederações de 2001. Tudo caminhada muito bem.

Washington então foi contratado pelo Fenerbahçe, da Turquia, em 2002. Nas primeiras 17 partidas pelo clube, o artilheiro marcou nada menos que dez gols e era destaque.

No entanto, passou a sentir dores no peito e foi diagnosticado com um pré-infarto. Washington descobriu uma lesão na artéria esquerda do coração e foi submetido a uma cirurgia.

Os médicos diziam que ele poderia retornar aos gramados, mas foi reprovado nos exames médicos do Atlético-PR em 2003. Ficou em tratamento por um ano até poder voltar ao campo.

No Campeonato Brasileiro daquele ano, o atacante teve um retorno avassalador. Marcou nada menos que 34 gols e quebrou um recorde de gols em toda a história da competição.

Venceu o prêmio Bola de Prata e a Chuteira de Ouro da ‘Revista Placar’. Entre 2005 e 2007, jogou no futebol japonês. Foi campeão da Supercopa pelo Tokyo Verdy em 2005 e da Supercopa, da Copa do Imperador e do Japonês do ano seguinte pelo Urawa Red Diamonds.

Washington retornou ao Brasil para defender o Fluminense, onde fez história na Copa Libertadores de 2008. Apesar do vice-campeonato, tornou-se ídolo da torcida tricolor.

Em 2009, vestiu a camisa do São Paulo e, mesmo sendo o artilheiro da equipe, não conseguiu conquistar títulos. Intercalava a titularidade com os atacantes Hugo e Dagoberto.

No ano seguinte, Washington retornou ao Fluminense e veio o ápice da carreira. A idolatria foi consagrada com o título brasileiro em 2010 substituindo o também artilheiro Fred.

Marcou 45 gols em 83 partidas com a camisa tricolor e decidiu se aposentar em 2011. Em entrevista coletiva, negou que estivesse deixando os gramados por questões de saúde.